A Missa Crismal é celebrada, geralmente, na manhã de Quinta-Feira Santa, somente na Sé-Catedral de cada Diocese. Por diversas circunstâncias pode ser antecipada e por isso, em algumas dioceses, é celebrada na Quarta-Feira Santa. Nesta celebração, o bispo, rodeado pelo seu presbitério e pelo seu povo, consagra o óleo do santo crisma e benze os óleo dos enfermos e dos catecúmenos, que, depois, serão usados, por toda a diocese, na administração dos vários sacramentos. Os presbíteros renovam ainda, nesta celebração, as promessas sacerdotais que fizeram no dia da sua ordenação. O nome desta celebração é retirado do óleo do crisma, que neste dia é consagrado.
"Jesus Cristo fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai.
Louvor e glória a Cristo pelos séculos dos séculos. Amen."
(Ap 1, 6)
[Outras Sugestões]
Is 61, 1-3a.6a.8b-9
«O Senhor me ungiu e me enviou a anunciar a boa nova aos pobres
e a levar-lhes o óleo da alegria»
Jesus de Nazaré é chamado Cristo, nome que significa Ungido, isto é, marcado pelo Espírito Santo, como foi manifestado na hora do seu Baptismo. Os membros do seu Corpo, que é a Igreja, chamam-se, por sua vez, “cristãos”, porque participam da unção de Cristo, sua Cabeça. Para o significar serão ungidos com o Óleo do Crisma, que nesta celebração todos os anos é consagrado. É a todo o povo de Deus que esta leitura, agora aqui, se refere ao chamar-lhes “Sacerdotes do Senhor”, “Ministros do nosso Deus”. Esta unção dos Óleos e a Consagração do Crisma faz-se agora para que esteja tudo preparado para a celebração da Vigília, em que eles vão ser necessários.
Leitura do Livro de Isaías
O espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu e me enviou a anunciar a boa nova aos infelizes, a curar os corações atribulados, a proclamar a redenção aos cativos e a liberdade aos prisioneiros, a proclamar o ano da graça do Senhor e o dia da acção justiceira do nosso Deus; a consolar todos os aflitos, a levar aos aflitos de Sião uma coroa em vez de cinza, o óleo da alegria em vez do trajo de luto, cânticos de louvor em vez de um espírito abatido. Vós sereis chamados «Sacerdotes do Senhor» e tereis o nome de «Ministros do nosso Deus». – Eu lhes darei fielmente a recompensa e firmarei com eles uma aliança eterna –. A sua linhagem será conhecida entre os povos e a sua descendência no meio das nações. Quantos os virem terão de os reconhecer como linhagem que o Senhor abençoou.
Palavra do Senhor.
Salmo 88 (89), 21-22.25.27 (R. cf. 2a)
Refrão: Senhor, cantarei eternamente a vossa bondade.
Encontrei David, meu servo,
ungi-o com o óleo santo.
Estarei sempre a seu lado
e com a minha força o sustentarei. Refrão
A minha fidelidade e bondade estarão com ele,
pelo meu nome será firmado o seu poder.
Ele me invocará: «Vós sois meu Pai,
meu Deus, meu Salvador». Refrão
Ap 1, 5-8
«Fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai»
O que o profeta já no Antigo Testamento dizia dos membros do povo de Deus, chamando-lhes “sacerdotes do Senhor”, di-lo agora, com mais razão o Novo Testamento tratando a Igreja de Cristo como “reino de sacerdotes” ou “povo sacerdotal”, ungido pelo sangue de Jesus.
Leitura do Apocalipse de São João
A graça e a paz vos sejam dadas por Jesus Cristo, a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amen. Ei-l’O que vem entre as nuvens e todos os olhos O verão, também aqueles que O trespassaram: por causa d’Ele hão-de lamentar-se todas as tribos da terra. Sim. Amen. «Eu sou o Alfa e o Ómega, – diz o Senhor Deus – Aquele que é, que era e que há-de vir, o Senhor do Universo».
Palavra do Senhor.
V/ O Espírito do Senhor está sobre mim:
Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres.
Lc 4, 16-21
«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu»
É agora o próprio Senhor Jesus a afirma que n’Ele se cumpre a palavra do profeta que acabava de ler na celebração de Nazaré e onde se declarava que Ele é o Ungido Senhor, enviado a anunciar a boa nova. O mesmo continua a realizar agora nos membros do seu Corpo, para tal ungidos com o Óleo santo, que de Cristo tira o nome, o Crisma.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado.
Segundo o seu costume,
entrou na sinagoga a um sábado
e levantou-Se para fazer a leitura.
Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías
e, ao abrir o livro,
encontrou a passagem em que estava escrito:
«O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque Ele me ungiu,
para anunciar a Boa Nova aos pobres.
Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos
e a vista aos cegos,
a restituir a liberdade aos oprimidos,
a proclamar o ano da graça do Senhor».
Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se.
Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga.
Começou então a dizer-lhes:
«Cumpriu-se hoje mesmo
esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».
Palavra da salvação.
[Resposta do Povo]
Nota: «Segundo a tradição da liturgia latina, a bênção do óleo dos enfermos faz-se antes do fim da Oração Eucarística; a bênção do óleo dos catecúmenos e a consagração do crisma fazem-se depois da Comunhão. No entanto, por motivos pastorais, pode realizar-se todo o rito da bênção depois da liturgia da palavra (...)» (Preliminares do Pontifical da Bênção dos Óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos e Consagração do Crisma 11-12)
- Procissão dos Santos Óleos
Apresenta o Pontifical da Bênção dos Óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos e Consagração do Crisma no nº17 dois textos para serem cantados na Procissão dos Santos Óleos:
Refrão:
Aceitai, ó Redentor,
nosso cântico de louvor.
Estrofes:
Ramo fértil deu este óleo
com luz fecunda criado,
para ao Salvadro do mundo
ser agora consagrado.
Dignai-Vos, pois, consagrar,
Rei da Pátria eternal,
Este óleo, pr'a ser defesa
Contra o poder infernal.
Renovada a humildade
seja p'la unção de vida,
e restaurada na glória
a dignidade ferida.
A alma na fonte pura
é do pecado lavada,
e, ungida que é a fronte,
de carismas inundada.
Filho do eterno Pai,
Vós, da Virgem concebido,
dai luz e livrai da morte
a quem do crisma é ungido.
Pelos séculos sem fim
seja de festa este dia;
ressoe em louvores sagrados,
numa perene alegria.
OU
Refrão:
Cantemos ao Redentor
Um cântico de louvor!
Com seu divino sangue nos ungiu
E de nossos pecados nos remiu.
Estrofes:
Escutai, ó Juiz omnipotente,
Ó única esperança dos mortais,
Escutai nosso cântico de graças
Por estes dons sagrados que nos dais.
Do tão humilde fruto de oliveira
O puro azeite nasce e em luz se faz;
Sagrado em vosso altar, ó Rei excelso,
É luz de redenção, sinal de paz.
Com júbilo, Senhor, agradecemos
Os admiráveis dons da vossa Igreja.
Ungi de fortaleza as nossas almas;
O vosso amor eterno nos proteja.
Bendito seja o óleo consagrado
Por mão do nosso Bispo em vosso altar.
Ele há-de ungir aqueles que ao Baptismo
O vosso Filho, ó Deus, vier chamar.
Bendito seja o óleo precioso
Que os dons do vosso Espírito encerra.
Derramai-o, Senhor, em vossa Igreja
Como as águas fecundas sobre a terra.
Bendito seja o óleo sacrossanto
Remédio dos que sofrem na doença.
Protegei-os, Senhor, da eterna morte;
o Espírito do mal jamais os vença.
Bendito seja o óleo cujo aroma
Vossos eleitos há-de revestir.
Senhor, a vossa Igreja Vos encontre
Naqueles que chamais para a servir.
- Apresentação dos Santos Óleos e Aclamação
"Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor e para sempre proclamarei a sua fidelidade."
(Salmo 88, 2)
[Outras Sugestões]
- Nota para o Cântico Final: Diz ainda o Pontifical no número 27 que «Depois da bênção conclusiva da Missa (...) Os óleos benzidos são levados pelos respectivos ministros imediatamente atrás da cruz, enquanto o coro e o povo cantam alguns versículos do hino Aceitai, ó Redentor (n. 17), ou outro cântico apropriado.» No número 17 encontra-se ainda o Escutai, ó Juiz Omnipotente, naturalmente, também recomendado para o Final.
[Outras Sugestões]