O Tempo Pascal é a festa prolongada durante sete semanas até se concluir com a repetição do Primeiro Dia, o dia da Ressurreição, no domingo de Pentecostes. Ele é a verdadeira oitava pascal – oitava de domingos – e todo ele um único Grande Domingo, como se exprime S. Atanásio († 373; Ep. fest. 1).
(Cónego José Ferreira in Os Mistérios de Cristo na Liturgia)
O Domingo de Páscoa, a Festa da Ascensão do Senhor ou o Domingo do Pentecostes, esclarece o Cónego José Ferreira, não são festas independentes, mas etapas de uma grande e única festa que se vive em todo o Tempo Pascal. Explicando o desaparecimento da Oitava de Pentecostes com a Reforma litúrgica, justifica J. Ferreira, que, na verdade, “é ele [o Pentecostes] que é a oitava – o oitavo domingo da Páscoa – ou, talvez melhor, o encerramento da grande oitava, no fim das sete semanas do Tempo Pascal.” Acrescenta ainda que na Reforma Litúrgica se eliminou a grande vigília desta Solenidade, ressalvando, porém, que “se por vigília entendermos a celebração noturna da festa, como agora acontece na Vigília Pascal, então também o Domingo de Pentecostes pode ser celebrado em vigília, durante a noite, à maneira do Domingo da Ressurreição, e para isso o Missal e o Leccionário trazem os formulários adequados.”
O Missal apresenta assim para a Vigília da Solenidade de Pentecostes:
MISSA DA VIGÍLIA [FORMA BREVE] – Para a Forma Breve da Missa da Vigília, a celebrar na véspera da Solenidade de Pentecostes, o Missal Romano, apresenta um formulário que segue o esquema normal da missa, porém com prefácio próprio.
MISSA DA VIGÍLIA [FORMA LONGA] – Para a Forma Longa da Missa da Vigília, a celebrar na véspera da Solenidade de Pentecostes, o Missal Romano, prevê uma forma de celebração mais complexa. Os primeiros momentos da celebração poderão acontecer de duas formas:
- Celebração da Eucaristia com a oração de Vésperas I - A celebração inicia ou com o Hino das Vésperas, ou com a Antífona de Entrada (como a da forma breve), suprimindo o ato penitencial, cantado no seu lugar a salmodia das Vésperas. Depois da salmodia, a celebração prossegue com oração colecta e a Liturgia da Palavra.
- Celebração da Eucaristia sem a oração de Vésperas I - A celebração inicia de forma normal, com a Antífona de Entrada, havendo, porém, após o Kyrie uma oração, a que se segue logo a Liturgia da Palavra.
A Liturgia da Palavra, na Forma longa da Missa da Vigília, ao jeito da Vigília Pascal, é constituída por 4 leituras do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento. Após a 4ª leitura, canta-se o Glória. Após a 5ª leitura, canta-se a Aclamação ao Evangelho que é proclamado em seguida.
(Missal Romano (pp. 383-391))